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O Memorial da História em Quadrinhos da Paraíba é um projeto de extensão e pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba

Edição:
Henrique Magalhães

Contato: henriquemais@gmail.com

Equipe editorial:
Paloma Diniz

Cobaloradores:
Cristovam Tadeu (detalhe de ilustração para o cabeçalho)

Criou-se em julho de 2013, com fluxo contínuo de atualizações.

Março de 2016

   Evento

Maria é tema de aula inaugural

A personagem Maria surgiu em 1975 por Henrique Magalhães e logo começou a ser publicada em tiras nos jornais paraibanos e revistas independentes. Sua trajetória inicial acompanhou criticamente os desmandos do poder regido pela ditadura militar até a abertura política e a volta ao regime democrático, em meados da década de 1980. Essa fase de Maria tem teor político exacerbado, mas também rompe com a linearidade das cartilhas ideológicas por meio do enfoque nas lutas dos grupos minoritários e excluídos da sociedade. É esse período de criação de Maria o foco das investigações acadêmicas das professoras Regina Behar e Nadja Carvalho.

O trabalho de Regina Behar, intitulado "Eu sou Maria: humor e crítica nos quadrinhos paraibanos", resulta de seu Pós-Doutorado realizado em 2015 na Universidade de São Paulo, com o acompanhamento do professor Dr. Waldomiro Vergueiro. Regina é professora do Departamento de História da UFPB e faz uma análise aprofundada do viés transgressor de Maria, ressaltando seu contexto político e histórico. O relatório transformou-se em livro homônimo, bem como em um vídeo documentário realizado em parceria com Matheus Andrade, professor do Departamento de Cinema da UFPB.

Nadja Carvalho apresenta o ensaio "Maria strip... arrepiando na saia" em que trata das motivações que provavelmente estariam por trás da criação da personagem, levantando a intrigante questão: "o que há por baixo da saia de Maria?", já que Maria é marcada por uma inflada saia-balão. Nadja faz uma deliciosa viagem pelo universo dos quadrinhos traçando correlações com outras personagens femininas, por vezes erotizadas, quase sempre sensuais, numa referência a propositura de Maria de usar o sexo como arma política e o amor como a maior das subversões. Nadja é professora do Departamento de Mídias Digitais da UFPB e faz parte do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Culturas Midiáticas (PPGC), dessa Universidade. Esse trabalho também resultou em livro, a ser lançado ainda em março.

As professoras Regina Behar e Nadja Carvalho são as convidadas da aula inaugural da disciplina Socialidade nas Mídias, do PPGC, e apresentarão seus trabalho no dia 16 de março de 2016, quarta-feira, no Demid, a partir das 9h. Além da honra de se ter a contribuição das pesquisadoras, a aula inaugural faz parte das comemorações dos 40 anos de Maria, que permanece viva e atuante no coração e mente de várias gerações.

Sem dúvida, não se poderia começar de forma mais prestigiosa o novo período da disciplina, que trata exatamente das relações comunitárias com as mídias. Mais que as funções hierarquizadas ou institucionais próprias às mídias de massa, a "Socialidade nas mídias" aborda a espontaneidade da comunicação alternativa e independente em suas várias nuances, investigando as formas de autogerenciamento dos grupos e a autoralidade criativa. Maria encarna esse perfil e oferece sua história ainda viva para reflexão.

Henrique Magalhães

 

 

 

 

 


Regina Behar


Nadja Carvalho

 

 

 

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