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O Memorial da História em Quadrinhos da Paraíba é um projeto de extensão e pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba

Edição:
Henrique Magalhães

Contato: henriquemais@gmail.com

Equipe editorial:
Paloma Diniz

Cobaloradores:
Cristovam Tadeu (detalhe de ilustração para o cabeçalho)

Criou-se em julho de 2013, com fluxo contínuo de atualizações.

   Publicações

O Quinze

Os quadrinhos brasileiros já conquistaram espaço no mercado editorial, ao menos naquele voltado às livrarias especializadas. Não é muito, levando-se em conta que nesse setor as tiragens são pequenas, para um público dirigido, mas é uma conquista de credibilidade para autores que de outra forma não teriam onde publicar.

Se pensarmos nos quadrinhos de massa, esses que circulam nas bancas, a falta de investimento no autor nacional continua regra, cuja exceção é Maurício de Sousa, que construiu uma grande estrutura de produção. As revistas em quadrinhos periódicas, como as infantis e de super-heróis, precisam de esquema industrial para dar conta da demanda de páginas a serem publicadas regularmente, o que leva à terceirização, com equipes de trabalho que emprestam sua arte à obra do autor/gerente.

Os quadrinhos brasileiros têm sido marcados pela autoralidade, que é justamente o método inverso à produção sequencial. Esses se caracterizam pela produção individual, de duplas ou pequenos grupos. O autor se coloca na obra, deixando transparecer sua visão de mundo, sua interpretação da realidade ou criando trabalhos que se guiam pela personalização, como ocorre com a literatura.

A obra do paraibano Shiko segue essa linha desde seus primeiros trabalhos, publicados artesanalmente em fanzines e revistas independentes. Shiko se inspira na literatura para criar suas histórias em quadrinhos, que necessariamente não têm que seguir à risca a obra original. A literatura, assim como qualquer outra fonte de informação, serve-lhe como motivo para a criação de sua arte, repleta de simbolismo e expressividade gráfico-visuais.

Expressividade que Shiko emprestou à adaptação de O Quinze, de Rachel de Queiroz, um dos clássicos da literatura brasileira, lançado em 1930. Justamente essa adaptação foi destaque no Festival de Quadrinhos de Lyon, na França, cuja exposição foi organizada pela MALRA – Maison de l’Amérique Latine en Rhône Alpes – em junho de 2013.

Espera-se que o reconhecimento internacional do trabalho de Shiko, que atualmente mora em Florença, na Itália, abra as portas para a consolidação de sua arte também no Brasil.

Henrique Magalhães

 

 

 

 


Blue note
Shiko, adaptação para quadrinhos da obra de Rachel de Queiroz
São Paulo: Ática, 2012, 88p. 19x26cm.
ISBN 978-85-08-15363--3

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