40 anos de Velta: quadrinhos paraibanos dos anos 70
Em 1973 começaria a carreira de um dos mais entusiastas quadrinistas paraibanos, Emir Ribeiro, com a criação de Welta. A primeira imagem da personagem – que depois seria conhecida por Velta – foi uma pintura a óleo, realizada em janeiro de 1973. Nesse ano, Velta estampou o jornal mural O Comunicador, do Colégio Estadual de Jaguaribe, em João Pessoa. Sua estreia nos jornais diários ocorreria em 1975, fato que lhe deu impulso criativo e densidade de produção.
Estes e outros dados sobre Velta e uma plêiade de personagens de Emir Ribeiro é o que se encontra no álbum 40 anos de Velta – Tomo 3: quadrinhos paraibanos dos anos 70, lançado pelo autor em agosto de 2013. A publicação é patrocinada pelo FIC – Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos, do governo da Paraíba, que abre espaço mais uma vez aos quadrinhos da terra, promovendo o resgate essencial de nossa produção.
O terceiro tomo da homenagem aos 40 anos de Velta concentra-se na primeira fase de sua publicação nos jornais O Norte e A União, de João Pessoa. A capa mostra uma imagem pintada de Velta lendo uma das edições do suplemento infanto-juvenil O Pirralho, de A União, jornal que contribuiu de forma fundamental para o desenvolvimento dos quadrinhos paraibanos. Na capa do suplemento Emir dá destaque a outro de seus personagens, o índio Itabira.
A edição do álbum tem a maior parte dedicada aos quadrinhos, mas Emir reservou algumas páginas para outras artes que produziu, como as capas de O Pirralho e mais algumas páginas com ilustrações e textos de cunho educativo. Há, ainda, uma série de cartuns e tiras com o personagem Sabido, o primeiro criado por Emir, em 1969, em que o autor envereda por um caminho pouco explorado em sua produção, o humor.
No restante da edição, que chega a 100 páginas no formato 15x20,5, Emir dedica-se a fazer o resgate de suas principais criações, as personagens Velta, Homem de Preto e Nova, em aventuras que lembram o clima ingênuo dos detetives justiceiros que encantaram os leitores das revistas de super-heróis da extinta editora Ebal. Em destaque, o minucioso trabalho de edição das HQ, que na falta dos originais, tiveram que ser recuperadas a partir das publicações dos jornais. Aos admiradores da personagem e pesquisadores dos quadrinhos paraibanos, trata-se, portanto, de uma imprescindível edição histórica.
Henrique Magalhães |