Edito

HQ paraibana: uma aventura pra valer


Flama, personagem de Deodato Borges

 

Henrique Magalhães
08/12/2023

A História em Quadrinhos da Paraíba já tem uma boa trajetória de criação e produção, levando algumas gerações de autores a se notabilizar não só no estado, mas em nível nacional e mesmo internacional. Desde sua primeira publicação, As aventuras do Flama, por Deodato Borges, em 1963, os quadrinhos paraibanos já demonstraram sua força com o protagonismo de seus autores, que não esperaram a improvável abertura de mercado para suas produções e se aventuraram na autoedição.

O primeiro personagem surgiu em revista própria, derivada do programa radiofônico comandado por Deodato Borges em Campina Grande, PB, mas que atingia todo o estado. A esse seguiram Bat-Madame, de Luzardo Alves e Anco Márcio; Cuca, de Assis Vale; Adub, o camelo, de Juca e Marcos Tavares; Shangai, de Richard Muniz; Planeta Maluco, de Deodato Borges; As Cobras, de Marcos Nicolau; O conde, de Tônio; Welta, de Emir Ribeiro; Maria, de Henrique Magalhães e tantos outros que vieram na onda proporcionada pela criação de suplementos dominicais de quadrinhos, lançados pelos principais jornais da capital.

Essa fase inicial foi registrada por Henrique Magalhães no trabalho de conclusão do Curso de Comunicação Social da UFPB em 1983 e lançado em livro com o título A incrível história dos quadrinhos – 20 anos de HQ da Paraíba. Muitos autores surgiram nesse período, favorecidos pelo incentivo de editores como Deodato Borges, Antônio Barreto Neto, Marcos Tenório e Vilma Wanda, que viam nos quadrinhos em broto, feitos muitas vezes por crianças e adolescentes, o potencial criativo para uma produção artística de relevância.

Apesar de certo esmorecimento na produção das décadas de 1980 e 1990, novos autores se destacaram, a exemplo de Cristovam Tadeu, Deodato Filho, Shiko, o grupo Made in PB, o Coletivo WC, Lailton Silva e Jailson Barros, Thais Gualberto, Samuel de Góis, Archidy Filho, Gabriel Jardim, Alberto Pessoa, entre outros, que lançaram suas próprias publicações impressas e na internet. A qualidade editorial se aperfeiçoa com as novas tecnologias de impressão e comunicação, abrindo a possibilidade de um fluxo de produção contínuo.

Toda essa história rica em criatividade e empreendedorismo é o que o Memorial da História em Quadrinhos da Paraíba busca resgatar, registrar, e servir de banco de dados para pesquisas ou para o prazer da informação. Nosso objetivo é também a promoção e o incentivo aos novos quadrinistas, que não cessam de brotar no estado.

Para o Memorial, serão considerados autores paraibanos todos os naturalmente nascidos na Paraíba, mais os radicados no estado há mais de três anos e que demonstrem interesse em fazer parte de nosso acervo cultural. Além dos quadrinistas, registraremos as obras dos cartunistas e chargistas, que são artes afins à História em Quadrinhos, em qualquer suporte ou técnica em que forem produzidas: impressas ou virtuais, em desenho, gravura, pintura, animação etc.

O Memorial nasceu como um projeto de extensão do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba, coordenado pelo professor Henrique Magalhães. Juntamente com a editora Marca de Fantasia, situou-se no Grupo de Pesquisa em Humor, Quadrinhos e Games – GP-HQG, que serviu de laboratório aos mestrandos e graduandos do Mestrado em Comunicação e do Curso de Comunicação em Mídias Digitais dessa Universidade. O projeto segue sob os cuidados de seu autor, articulado à produção da editora Marca de Fantasia.

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O Memorial da História em Quadrinhos da Paraíba
é um projeto da Associação Marca de Fantasia
Direção: Henrique Magalhães
Contato: memorialhqpb@gmail.com
Tel: (83) 998.499.672
Equipe editorial: Henrique Magalhães, Paloma Diniz
Cobaloradores: Cristovam Tadeu (detalhe de ilustração para o cabeçalho)
Criou-se em julho de 2013 como Projeto de Extensão do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba.
Janeiro de 2024