Nhô-Quim 8
Editorial
O prazer de editar o Nhô-Quim é indescritível. Todos que já passaram pela “fanedição” sabem o quanto nos alegra quando conseguimos tocar os leitores de forma tão contundente como se vê na seção de cartas desta edição. Esta é a maior recompensa por um trabalho que vem sendo feito sempre com o intuito de levantar as questões mais relevantes para os quadrinhos brasileiros.
Com a mesma alegria que fecho esta edição tenho a tristeza de anunciar que esta também será a última. Por um bom tempo estarei dedicando-me ao meu doutorado sobre histórias em quadrinhos em Paris, o que torna inviável continuar com a edição deste fanzine. Não pela escassez de tempo, de informações ou estímulo para fazê-lo, mas pela impossibilidade econômica de manter um contato estreito com o Brasil.
Desta experiência vitoriosa do Nhô-Quim em sua periodicidade e, acredito, qualidade, acredito ter motivado meus colegas a levarem adiante esta batalha pela conscientização, crítica e paixão pelos quadrinhos brasileiros.
E ainda que não tenhamos frutos imediatos, que o Nhô-Quim seja, humildemente, uma semente.
Henrique Magalhães
Esta edição do fanzine, com 24 páginas e formato 22x31cm, faz homenagem a Henfil (in memorian), com a republicação da HQ “Sua excia, o protocolo”; traz a HQ “Elemental”, de Flávio Calazans e “Lampirão”, de Cristovam Tadeu; conta com a participação textual de Edgard Guimarães (BNHQ: uma saída?), Flávio Calazans (HQ sob hipnose; Roteiro no Brasil: arquitetura ou quadrinhos?), nota de protesto de Glauco Mattoso contra os critérios de premiação do troféu HQ Mix, mais artigos do editor sobre o preconceito da imprensa com relação às publicações alternativa; e sobre adaptações de personalidades da TV para os quadrinhos, com foco sobre a revista do Faustão. A farta seção de cartas apresenta o debate sobre quadrinhos entre os leitores.
|